Última alteração: 2015-11-04
Resumo
Introdução: O Grupo Interdisciplinar de Atenção às Situações de Desastres, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (GEPEDEn-UFRJ), formado por alunos e professores do Centro de Ciências da Saúde (CCS), desenvolve atividades que visam à capacitação de recursos humanos para atendimento de saúde em desastres, motivadas e iniciadas pelo grande desastre socioambiental ocorrido em janeiro de 2011 na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Justificativa: Ao considerarmos que os desastres são eventos responsáveis por grandes danos à saúde e vida das comunidades afetadas, defendemos a importância da articulação do tema ao Ensino, Pesquisa e Extensão, a fim de promover subsídios para a preparação adequada no que tange à assistência de saúde. Objetivos: Promover a socialização do conhecimento acadêmico sobre desastres; capacitar estudantes da área da Saúde, servidores e profissionais da UFRJ, agentes socioambientais e cidadãos, quanto ao atendimento de saúde nos desastres; formar redes de cooperação entre cidadãos, defesa civil, organizações militares de saúde, estudantes, professores e pesquisadores. Procedimentos metodológicos: O GEPEDEn desenvolve cursos de curta duração, com aplicação de questionários de tipologia antes e depois, mediados pelo método de intervenção educacional, envolvendo situações simuladas, em contextos específicos, observando as especificidades de cada grupo. Resultados: Foram realizados cursos de atendimento em desastres para agentes socioambientais dos municípios de Nova Friburgo e Teresópolis; cursos de atendimento em Primeiros Socorros para profissionais do CCS e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, os quais compõem a Brigada de Incêndio da UFRJ; e para estudantes do Curso de Graduação em Enfermagem dos períodos iniciais da formação; além de realizações de ciclo de palestras, participação em eventos, formulação de material acadêmico (capítulos de livros e artigos) e reuniões de trabalho. Tais iniciativas revelam a necessidade da capacitação em desastres, em função do grau de desconhecimento atestado nas avaliações prévias às intervenções, mas também pelo compromisso social, no sentido de utilizarmos as ferramentas da Educação como estratégia de ajuda, transformação e libertação, nos termos de Paulo Freire. Conclusão: As atividades de capacitação permitem o desenvolvimento técnico-científico do grupo, além de formação de multiplicadores do conhecimento relacionados à intervenção em desastres, com vistas à possibilidade de intervenções resolutivas e de qualidade. Sobretudo, as atividades extensionistas desenvolvidas buscam a interlocução com os cidadãos, inclusive que foram vitimadas por desastres, conferindo um eloquente exemplo de participação orgânica, integrada e estruturada da Universidade com o bem comum, e aqui destacamos a vida e segurança humana em desastres.