Introdução: No que se refere à atenção aos idosos, a formação desenvolvida pelo Curso de Graduação em Terapia Ocupacional da UFRJ tem procurado possibilitar vivências práticas e reflexivas que instrumentalize a atuação do futuro profissional nas distintas modalidades de atenção ao idoso. As condições de saúde estão relacionadas as características pessoais e sociais. Nesse sentido, a caracterização da população idosa deve ser considerada uma etapa fundamental para o planejamento e implementação de propostas terapêuticas, tendo em vista que possibilita a sistematização do cuidado alinhado com as necessidades específicas desta clientela.

Objetivos: O objetivo foi descrever o perfil sociodemográfico, econômico e de saúde de idosos participantes do projeto de extensão “A Terapia Ocupacional no atendimento à idosos em situação de vulnerabilidade social”, realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS-RJ) e desenvolvido na Central de Recepção de Idosos Pastor Carlos Portela (CRIPCP).

Procedimentos metodológicos: Estudo observacional descritivo. Utilizou-se os dados cadastrais da SMDS-RJ, coletados no período de janeiro a março de 2015. A Central de Recepção de Idosos acolhe pessoas acima de 60 anos, em caráter temporário, que perderam seus vínculos familiares e/ou sociais. O projeto de extensão “A Terapia Ocupacional em atendimento à idosos em situação de vulnerabilidade social” realiza, desde 2012, atividades em grupo semanalmente com o objetivo principal de resgate de histórias de vida e aprimoramento do desempenho ocupacional.  A análise realizada foi descritiva, por meio de frequências absolutas e relativas no software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 2.1.

Resultados: Verificou-se maior percentual de idosos de 60 a 69 anos (68,5%), cor branca (40,0%), sexo masculino (81,3%), fundamental incompleto (28,0%); sem atividades na idade produtiva (30,7%); sem renda atual (78,7%); independente nas atividades da vida diária (82,7%); sem uso regular de medicamento (53,3%) e com uso abusivo de álcool (32,0%). O motivo de acolhimento é devido a situação de rua (56,0%), com referência familiar o (a) filho (a) (36,5%), seguido por nenhuma referencia familiar e comunitária (24,5%) e estão inseridos na rede de assistência social entre 1 a 3 anos (28%).

Conclusões: A partir dos resultados apresentados foi possível identificar e conhecer o perfil dos idosos da CRIPCP. Considerando a alta rotatividade dos usuários do CRIPCP, foi de fundamental importância realizar esse levantamento, pois permitiu adequar as intervenções às necessidades dos idosos, como, por exemplo, ao nível de escolaridade, ao público masculino que é o mais frequente  e as atuais condições sociais e de saúde dos idosos participantes do projeto.