Última alteração: 2019-08-25
Resumo
A Universidade Pública hoje encontra novos desafios colocados pelas novas formas de desigualdade, exclusão e políticas públicas insuficientes para atender a complexidade que a vida social nos apresenta. Além disso, temos acompanhado a criminalização da vida nos territórios de favela e da atividade acadêmica politicamente comprometida. Desde 2017, a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Cooperação Social e o Museu da Vida vinculados à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e coletivos dos territórios de Maré e Manguinhos vêm atuando em parceria com ações da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT). Em 2018, o tema da SNCT foi “Ciência para a Redução das Desigualdades”, o que motivou a promoção de outras ações, como as rodas de conversa “Universitárixs e faveladxs” voltadas para moradores destas favelas graduandos ou egressos. A partir dos debates das rodas, surgiu a deliberação da criação de um evento para conhecimento e reconhecimento dos projetos, fortalecendo a discussão sobre a forma como o conhecimento é construído nas periferias e nos espaços acadêmicos. Assim, o “Encontro Favela-Universidade: Caminhos, Encontros e Intercessões” foi realizado no período de 27 a 29 de março de 2019 na Faculdade de Letras da UFRJ, Cidade Universitária - separada das favelas da Maré apenas pelo Canal do Cunha e pela Linha Vermelha. O objetivo deste encontro foi ampliar o espaço para o conhecimento mútuo, a troca e conhecimento das ações de Extensão Universitária desenvolvida por docentes e técnicos administrativos em parceria com coletivos sociais desses territórios, iniciativas em Cooperação Social das Unidades da Fiocruz em Manguinhos e na Maré e os projetos desenvolvidos por outros agentes comunitários locais, assim como encontrar os estudantes, atuais e egressos que habitam esses espaços sociais, a favela e a universidade. Convidamos esses agentes e grupos para dialogar e debater, buscando construir um novo horizonte de relação entre a favela e a universidade, onde a ciência e a cultura, a arte e a expressão, a extensão e a participação, o diálogo e a comunicação pudessem nos unir. O evento contou com 255 participantes e 63 trabalhos em três modalidades: oficinas, relatos de experiências e apresentações culturais. No decorrer do encontro, pudemos participar, construir diálogos, projetar uma nova agenda, percorrer novos caminhos.