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METODOLOGIA ALFABETIZAÇÃO CORPORAL: A CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS NÃO EXCLUDENTES PARA OS TRABALHOS DE POTENCIALIZAÇÃO DA CAPACIDADE DE APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Cida Donato, Adson Ferreira Rocha, Felipe Macedo, Cristina Ramos, Márcia Macedo do Nascimento, Keli Cristina de Matos

Última alteração: 2017-08-18

Resumo


A inclusão da pessoa com deficiência intelectual é um problema que vem se desdobrando e mobilizando diferentes segmentos da sociedade. Os marcos legais tentam assegurar seus direitos e garantir-lhe o pleno exercício da sua cidadania, a começar pela educação básica. No entanto, sabemos que entre as leis e a realidade há uma grande fenda que distancia as práticas educacionais das propostas de inclusão. Isso ocorre devido a inúmeros fatores, que vão desde os métodos de ensino até as condições reais de trabalho existentes. Assim, se por um lado, os termos legais apontam para as necessidades contemporâneas, por outro, a educação procura atender às diretrizes para a inclusão, mas, ancorada em métodos tradicionais e com pouca ou nenhuma revisão dos seus elementos — espaço, mobiliário, metodologias, meios de comunicação, etc. —. O fato é que, por mais esforços que os educadores possam empenhar, não cabe somente a eles o pensar acerca de um problema tão complexo, pois o tema em questão necessita de amplo diálogo epistemológico para que se possam instituir outros paradigmas, com práxis novas, na perspectiva da não exclusão; da acessibilidade. É nesse contexto que o Projeto de Extensão Alfabetização Corporal vem se empenhando para fortalecer uma metodologia inter e transdisciplinar — a Metodologia Alfabetização Corporal —, que tem como meta a potencialização da capacidade de aprendizagem das pessoas com deficiência intelectual. O Projeto baseia-se na ideia de que o desenvolvimento humano depende dos processos de assimilação das informações promovidas pelas experiências corporais. Tais experiências desencadeiam os fenômenos sensoperceptivos por meio dos quais o corpo se organiza no tempo e no espaço, aprimorando continuamente a inteligência. Desse modo, considerando o corpo em sua globalidade, enquanto lugar do conhecimento, busca-se estimular os diferentes estilos de aprendizagem: a física — com jogos corporais, a educação somática, as artes plásticas e musicais; a interpessoal — com as atividades de convívio social, as trocas de experiências e compartilhamentos; a intrapessoal — nas atividades individuais, com foco na atenção, concentração, na construção simbólica e na significação, tendo como perspectivas a pró-atividade e a autonomia. A base conceitual é a Conscientização do Movimento, proposta por Feldenkrais, que se desdobra nos estudos da Metodologia Angel Vianna. Esta comunicação vem apresentar os trabalhos que o Grupo de Pesquisa Corpo, Multiculturalismo e Diversidade (Dgp-CNPq) vem desenvolvendo desde 2012 e que hoje se consolida como Projeto de Extensão (PR5) “Corpo, Movimento e Alfabetização Corporal”. Tendo como eixo central as Artes Corporais, em diálogo com as demais Artes, as Ciências da Saúde, as Ciências Humanas, as Ciências Sociais aplicadas, a Engenharia Biomédica e a Ciência da Computação, os estudos perspectivam a construção de conhecimentos pautada no compartilhamento de experiências, incluindo os aprendizados das pessoas com deficiência intelectual, como caminho para a formulação de novas práticas educacionais voltadas à não exclusão.

Palavras-chave: metodologia alfabetização corporal; educação não excludente; deficiência intelectual; estilos de aprendizagem; interdisciplinaridade.

 


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