É motivo de grande satisfação receber tantos pesquisadores do Brasil e do exterior,reunidos para discutir a produção e a pesquisa em práticas interpretativas emMúsica, no contexto acadêmico, nos níveis de graduação e de pós-graduação strictosensu. Os porquês da investigação em práticas interpretativas, âmbito temático quese constitui como um dos maiores desafios acadêmicos da área de música, vêmpromovendo a discussão em torno da própria essência desse conhecimento. Essedebate pôs em relevo todos os vieses dessa produção, ressaltando-se os própriostermos com os quais nos referimos à prática, à interpretação, à execução, à performance,à reprodução da música, conceitos esses notavelmente confluentes e quehistórica e politicamente vêm assumindo matizes distintos. Contudo, o desafio aque referimos acima não está relacionado diretamente ao “o quê” ou ao “porquê”da produção e da pesquisa em práticas interpretativas. O que vem fomentando ainvestigação da produção e da pesquisa na subárea é o “como” se promove, deum lado, o saber acerca das técnicas, dos processos e da capacitação profissionalem práticas interpretativas, e, de outro, a pesquisa por modelos metodológicosoriginais de investigação em Música. Estamos, portanto, diante de um projeto deconstrução de conhecimento de notável relevância para a área e que revela suamaturidade acadêmica, tendo em vista que as especificidades desse campo de conhecimentoimpuseram, até recentemente, dificuldades quase intransponíveis aosespecialistas, não admitindo a aplicação mais direta de modelos advindos de áreasafins, como muitas vezes experimentamos na trajetória da musicologia.

Gostaríamos de parabenizar e agradecer aos organizadores do I Simpósio em PráticasInterpretativas UFRJ/UFBA, professores doutores Ana Paula da Matta, AloysioFagerlande, Lucas Robatto e Heinz Schwebel por esta que é uma das mais importantes iniciativas da subárea no país, após a criação da Associação Brasileira dePerformance Musical, assim como agradecer a contribuição de tantos pesquisadoresque participam do evento apresentando os resultados de seus trabalhos econstituindo a assim a rica diversidade temática e metodológica que observamosna programação. Desejamos assim a todos os participantes do I Simpósio uma jornadamemorável em direção à fundamentação e à consolidação do conhecimentoem práticas interpretativas musicais.

Marcos Nogueira
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Música da UFRJ